ARRAIA
Potamotrygon motoro
As arraias, ou raias, são peixes cartilaginosos, assim como os tubarões. Existem cerca de 600 especies, o que corresponde a 57 % de todos peixes cartilaginosos.
Apresentam um corpo achatado , nadadeiras peitorais muito largas e delgadas, dando aspecto de disco. As brânquias, dispostas em cinco pares de fendas, localizam-se na parte ventral do corpo. A cauda é normalmente longa e afilada, com a aparência de um chicote. Na superfície dorsal encontram-se os espiráculos (aberturas que levam água às cavidades branquiais), um par de olhos bem desenvolvidos, mas incapazes de enxergar colorido, uma vez que não têm cones (células responsáveis pela percepção de cor).
São animais, na sua grande maioria, sedentários, vivendo enterrados ou sobre fundos de areia ou lodo. A função do espiráculo, neste caso é importante, já que a água levada às brânquias, para respiração, não entra pela boca, como nos outros peixes. Isto porque a boca das arraias é no ventre.
As arraias alimentam-se de animais como crustáceos e moluscos. Os dentes formam várias fileiras, formando placas funcionais para trituração.
A bexiga natatória, órgão equilibrador presente nos peixes ósseos, ausente nos tubarões também não existe em raias. Como nos tubarões, as escamas são placóides, pequenas e numerosas.
Diferentemente dos peixes ósseos, as arraias copulam, sendo a fecundação interna. Posteriormente os ovos são liberados na água, envoltos em bolsas. O desenvolvimento dos ovos é muito lento, podendo demorar mais de um ano e meio, quando então eclodem.
Muitas espécies, como as arraias-prego, têm ferrões venenosos na cauda utilizados contra predadores e agressores. Estes quando introduzidos na vítima causam graves ferimentos e dores intensas.
A arraia-manta pode atingir oito metros de largura por cinco metros de comprimento e mais de três toneladas de peso. Apesar de seu tamanho, alimenta-se de microorganismos planctônicos e pequenos peixes que captura nadando de boca aberta e direcionando com os dois grandes lobos carnosos.
Algumas espécies, conhecidas como arraias-elétricas, têm orgãos capazes de produzir uma descarga elétrica como defesa. A voltagem produzida, que varia de acordo com a espécie, pode alcançar de 8 a 220 volts. Com um choque contínuo ou vários repetidos, a energia acumulada se esgota. Para recuperá-la, as arrais-elétricas necessitam descansar por algum período.